Nov 24, 2005

a thanksgiving story... (traduzido do inglês por moi)


Para a maioria das pessoas, Thanksgiving é quando se reflete o que nos tem sido dado e quando se saboreia os aromas dos dias do outono e das tortas de abóbora.

Para mim, é um pouco mais complicado.

Num fim de tarde em novembro, fui buscar minha filha no jardim da infância. Ela veio ofegante até o carro, e pulou pro banco de trás.

“O que voce fez hoje?”, eu perguntei. Ela estava ansiosa pela pergunta.

“Nós aprendemos que garotos são diferentes das garotas”, ela piou...

Olhando pelo espelho retrovisor, eu conseguia ver só o topo da cabecinha dela.

“A professora nos contou que os garotos têm uma coisa que as garotas não têm!”, ela adicionou.

“Bom, isso é verdade...” disse eu, com cautela.

Não consegui pensar em mais nada pra dizer, então ficamos quietas por um momento. Até que ela começou a tagarelar de novo “É assim que as garotas sabem que os garotos são garotos”, disse ela. “Elas vêem aquela coisa pendurada e sabem que ele é um garoto”.

Calculei mentalmente a distância até em casa. Nossa viagem de 5 minutos já parecia durar uma hora.

“Voce sabia que quando os garotos vêem uma garota a coisa cresce?” As palmas de minhas mãos começaram a suar. “Uh, bom...”

Eu ainda estava procurando por algo novo pra dizer, pra mudar de assunto, quando ela perguntou, “Por que as garotas gostam que os garotos tenham aquelas coisas?” – Eu não soube o que dizer, afinal, qual a mulher que já não se perguntou a mesma coisa pelo menos uma vez na vida?

“Uh, bom... uh... “ foi tudo o que saiu....

Ela não esperou pela minha resposta. Ela tinha uma resposta pronta. “É porque se mexe quando eles andam e aí as garotas vêem aquilo e é quando sabem que eles são garotos e é quando gostam deles. Aí o garoto vê a garota e o negócio cresce, e aí ela sabe que o garoto gosta dela também. Aí eles casam. E depois são cozidos.”

A última frase me confundiu um pouco, mas no todo eu achei que ela entendeu bem como o processo todo funcionava.

Assim que chegamos em casa, ela pulou fora do carro, pescando algo da malinha do colégio.

“Eu fiz um desenho”, disse ela. “que ver?”

Eu não tinha certeza que queria, mas olhei mesmo assim. Tive que me sentar.

Alï, todo “crescido” por assim dizer, posando bem atraente para as garotas, estava o desenho em giz de cera de um grande perú. O “gogó” do perú, aquilo pendurado debaixo de seu bico, aquilo que as peruas acham tão irresistível, era majestoso. As penas de seu rabo estavam levantadas, altas e com orgulho.

Minha filha se ofendeu que eu gargalhei sem parar de seu desenho, e eu ri até chorar. Mas quando eu disse que amei – e realmente eu amei – ela se convenceu e foi brincar de alguma coisa.

Alí acabava aquela estória, para ela pelo menos. Mas eu não tenho tanta sorte assim.

Todo ano eu me lembro daquela conversa.

E pra ser honesta, eu nunca mais olhei para um perú (ou um homem) da mesma forma desde então...

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